24 de novembro de 2007

21 de novembro de 2007

Estréia em São Paulo

Após participações importantes no Cineclube ABD do Rio e Festival de CineVideo de Vítoria, o curta :dose única segue sua trajetória com lançamento dia 28/11 no espaço iDch em São Paulo. Junto a exibição acontecerá um ciclo de palestras sobre produção de filmes com baixíssimo orçamento e preparação de atores.
O iDch fica na rua Correia Dias, 161. Próximo ao Metrô Paraíso.

Segue abaixo informações sobre os palestrantes:
Marcelo Salinas
É chefe de reportagem do jornal Destak, onde foi também repórter de cinema e variedades. Cursou jornalismo na PUC-SP e começou na profissão em 2004, como repórter e redator de política da Folha de S.Paulo. Antes de "adotar" o jornalismo, cursou a faculdade de administração de empresas.
Norberto Flesh
Jornalista de Formação, Norberto Flesh trabalha na área desde 1980. Suas experiências internacionais incluem diversos países da América Latina, Estados Unidos, Europa e Ásia. Foi editor de importantes revistas nacionais e colabora com os principais jornais do Brasil, como Folha de São Paulo, no Caderno Ilustrada, O Estado de São Paulo, Jornal Agora e Folha da Tarde, onde atuou também como repórter, crítico de cinema e música. Hoje é crítico musical da Revista Rolling Stone, repórter do Guia da Folha e do Folha OnLine, Revista Sexy e Jornal Destak.
Tema: Mídia, um diabo necessário
A mídia e a imprensa, especialmente as "vendidas ao mainstream", costumam ser demonizadas por movimentos artísiticos alternativos. O jornalista Marcelo Salinas tenta exorcizar essa idéia e mostrar que, apesar da disputa de egos, jornalistas e artistas precisam um do outro.

Gustavo Sol
Intérprete e pesquisador formado pelo Departamento de Artes Cênicas da Unicamp, em 2000, tem também em seu currículo, diversos cursos e oficinas paralelas à formação acadêmica. Um dos fundadores do Grupo Interdisciplinar de Produção e Pesquisa em Artes Carranca, hoje é pesquisador do CNPQ/CAPES e cursa mestrado em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP, sob a orientação da Profa. Dra. Helena Katz, estudando estados alterados de consciência para o trabalho do ator.
Tema: Overdose do Corposintético na Experiência do : dose única.
Corposintético é um corpo que foca sua atenção em modelos de comportamento construídos arbitrariamente deixando de se relacionar com informações do ambiente em tempo real. Nesse caso, uma alternativa para o trabalho do ator seria pensar em estados de alteração de consciência. Gustavo Sol pretende lançar algumas questões relativas ao assunto, focando a diferença entre teatro e cinema, tendo como base a experiência do curta “ : dose única”

Sylla Taves
Graduado em Engenharia de Produção Agroindustrial pela Universidade Federal de São Carlos, atualmente reside em Campinas, onde atua como produtor cultural na área de teatro e cinema curta-metragem. Na Unicamp, atua como Pesquisador do Museu Exploratório de Ciências e Gerente de Projetos da Reitoria, além de cursar mestrado no programa de Pós Graduação em Artes, Instituto de Artes.
Tema: Sylla Taves fala sobre os processos e etapas de elaboração de um projeto cultural, tendo em vista a captação de recursos e seu gerenciamento. Seu enfoque parte de experiências recentes de curtas gravados na região de Campinas.

Ruy Filho
Formado em Artes Plásticas pela FAAP, é diretor, dramaturgo e colunista/crítico teatral do site Guia da Semana e Jornal Gazeta de Ribeirão. Acompanha o trabalho de Gerald Thomas desde 1999, atuando como assistente de direção desde 2005. Como produtor, alguns trabalhos se destacam, a exemplo da assessoria de gabinete realizada na Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo em 2003/04, o Festival Internacional de Curtas – MIS – SP em 2001.
Tema: Em muitas discussões sobre produção cultural, por diversas vezes, percebemos discursos motivados pelo embate ideológico entre arte e mercado. Tais argumentações deixam de lado a possibilidade de atuarmos nas fronteiras das áreas do conhecimento. Ruy filho propõe a idéia de Produção Criativa, um modo de ver a arte e a produção cultural, como um mesmo processo de criação.

Shareid e Jon
Sócios fundadores do estúdio Usinanimada em Ribeirão Preto. Formados em Design e Produção audiovisual conquistaram vários prêmios com curtas em animação e publicidade além do destaque na produção independente para TV com propostas autorais e criativas.
Tema: Produção independente em curto espaço financeiro
Traçar um panorama das produções autorais do estúdio, dentre eles a mais recente produção do curta :dose única e as alternativas que viabilizaram esta produção.

Para participar das palestras é necessário fazer a inscrição gratuita no site do iDch.
www.idch.art.br

22 de outubro de 2007

Provérbio

Dizem que a primeira a gente nunca esquece. O curta ":dose única" inicia sua trajetória sendo selecionado no Festival 14 Vitória CineVídeo. Um dos mais importantes festivais devido a sua estrutura, recebeu inscrições de curtas de todo o país onde apenas 16 ficções foram selecionados na categoria vídeo. A exibição será dia 14 de novembro no Cine Metrópolis em Vitória -ES.
Agora é torcer. O primeiro festival. A primeira viagem de avião. A primeira visita a Vitória..rs

8 de outubro de 2007

Sobre dose

Dose única
por Francisco Gaspar


O curta “ : dose única” (Rogério Shareid, 2007. Ribeirão Preto) conta a história de um Homem apaixonado por uma Mulher e que na instância de não tê-la completamente fica transtornado e se mostra obcecado por ela.
A válvula de escape do personagem masculino para tentar se conter diante da falta da Mulher, num primeiro estágio são os livros de anatomia, onde o personagem entra em contato com alguns conceitos biológicos. Após ele descobrir em suas leituras que o corpo da mulher é composto, em sua maioria, por água, o Homem começa a consumir o líquido de forma compulsiva, até o momento em que ele se depara com ela onde o excesso de desejo custa-lhe a vida, vítima de uma overdose.
Feita essa primeira descrição narrativa e simplista, partiremos para uma análise mais simbólica do curta. Essa análise será baseada num elemento que considero de suma importância para o enredo do filme: a água. Sua importância se dá tanto pela parte mais simbólica do filme quanto para contextualizar geograficamente a região e o clima em que foi filmado, que apesar de não se citado diegéticamente, exerce uma grande influência nas simbologias utilizadas pelo roteiro.
Primeiramente, a água tem uma importância muito grande no enredo do curta pois ela representa, de forma indiciática, a própria Mulher. A relação de índice se faz baseada numa informação fisiológica que o próprio filme aponta. Então, o consumo compulsivo de água pelo personagem Homem passa a ser o “consumo” da Mulher. A voracidade com que o Homem vai em busca da água e a ingere é a mesma com que ele transa com ela; e todo o transtorno dele quando a água acaba é também, senão simplesmente, causado pela ausência da Mulher. Então, a água que é uma representação indiciática passa a ser, também, uma representação simbólica, pois ela deixa de ser apenas um elemento que compõe o corpo da mulher e passa a ser a representação da personagem Mulher, iniciando uma relação metonímica em que a parte água passa a ser o todo mulher.
Indo mais além no curta e nas relações entre clima, Mulher e água, destaca-se os momentos de alucinação do personagem em que o elemento água se faz presente de forma mais simbólica. São eles as cenas onde o personagem começa a ver bolhas de sabão, goteiras, água saindo do armário e quando ele consome água direto do galão da cozinha. Esse momento antecede o clímax do filme que é quando o personagem, já num estado de total transtorno, destrói os pertences de seu quarto.
No momento de alucinação, onde o personagem vê água em todos os cantos, nota-se uma serenidade e uma passividade do personagem, que irá propositadamente contrastar com a seqüência posterior. Para o autor, a água é um elemento que se remete ao profundo, a escuridão das profundezas das águas, porém não como algo de energia negativa, e sim a uma calmaria, a um momento de reflexão interior, de introspecção, de uso terapêutico da água e de sua ausência de luz no profundo, algo uterino, onde os sons não são bem definidos e as imagens são desfocadas. Essa calmaria e introspecção se fomentam, também, na fotografia do filme que traz cores mais frias nos momentos de reclusão, e que se acentuam na cenas de alucinação, em tons de azul em contraste com a aridez avermelhada da realidade proposta ajudando a criar toda a atmosfera introspectiva necessária pra a seqüência.
Sendo assim, nesses momentos, que não chamo mais de alucinação e sim de introspecção, em que o Homem comporta-se de forma passiva e considerando toda a atmosfera sugerida pela fotografia e as simbologias com a água, principalmente a do útero, pode-se dizer que a atitude do Homem é de uma passividade fetal.
Assim, quando o Homem sai da passividade para a explosão, como um bebê que deixa de ser feto e vem ao mundo e como o Homem que abandona seu estado de introspecção para outro de ação, ele desprende parte de sua energia, até então acumulada, no ato de auto-destruição, chegando ao ponto de reencontrar a Mulher que sempre esteve ali do outro lado da porta sugerida pela forma narrativa, e que o sauda com um copo d’água, reunindo num só momento os dois desejos do Homem. Ele rompe com a atmosfera criada pelo momento de introspecção, de toda sua fase água, e passa rapidamente pela fase terreno, onde ele realmente vê a Mulher, e logo em seguida atinge um estágio de sublimação total – o momento da transa – onde a energia desprendida pelo excesso de prazer é tão grande que lhe custa à vida.
Complementando a análise do curta, consideremos a água, a localização geográfica da região de Ribeirão Preto em que o vídeo foi feito e a conjunção de significados sugerido pelo diretor entre a falta do objeto de desejo, a Mulher e a falta de umidade, reflexo do clima da região muitas vezes causada pelo excesso de queimada de cana. A Mulher, já no fim do filme, se configura como representação de parte do clima concluida em sua caminhada sinestésica com as fuligens, da mesma forma como a água, parte da constituição corpórea da Mulher.
O elemento água e toda a obsessão do Homem por ela, a seca e as queimadas trazem a identidade regional impresso no olhar ao redor do autor. Não que o curta discuta esse problema com um caráter social, até porquê esse não é o intuito dele, mas sim colocar dentro de um contexto particular alguns reflexos explícitos dessa realidade representada.

4 de outubro de 2007

Comentario

Olá Shareid,

Como a possibilidade de recortes é inúmera, vou pinçar o que acredito ser mais relevante e que, saltou aos meus olhos: o recorte pela dimensão patêmica, progressiva e prudente ao engajamento da subjetividade atrelada à narratividade, que, penso ser o que você tem pontuado, abrindo a discussões e mostrando-se mais preocupado com. Há no seu texto, elementos que estão atrelados a uma verdade a qual deseja construir uma semântica da dimensão passional, isto é, entendo sua narratividade, o seu texto, como a paixão não-aquilo que afeta o ser afetivo dos sujeitos “reais” mas, enquanto efeito de sentido inscritos e codificados na linguagem. Que é o que molda, em verdade, nós, virtual telespectadores. Isso de fato, faz-me refletir que, em linhas gerais, mergulhados em sua narratividade, somos convidados a re-fletir acerca da valorização desta ou daquela paixão, desvalorizar uma (seca – nada/ abundância/ tudo, abstinência, abundância etc, sei lá!!!), em detrimento da outra. Brincando com os exemplos imbecis e superficiais que acabo de pontuar, tais oposições semânticas, estão intrin-seca-mente (rs...) ligadas ao imaginário passional.
A metáfora fundamental (se é que ela existe) é à base do modelo da compreensão. S omos então convidados a sermos “pequenos cientistas”? Limitados, porquanto não considerados na relação do sujeito com sua comunidade (filme) via linguagem? Sinto a proposição de uma outra linguagem: o processo de sentir no psicanalítico. O aprofundamento da analogia e das metáforas, extremamente bem construídas em seus planos, permite delinear de forma bastante curiosa uma proposta que passeia da subjetividade ao equilíbrio dos já ditos.
A busca “pelo esmiuçar” de um texto, pela interpretação alheia, seja ele (a) qual for, tem exclusivamente o intuito da confirmação do SEU objeto (roteiro, narratividade etc). Será que tais reflexões não estão, contudo, à parte da arte?
A obra, ao fim, torna-se autônoma.
Não pertence mais ao criador.
Tem vida própria, fala por ela.
É o que se chama de arte pela arte?

Um abraço,

Carolina


Carol! Confesso que tive procurar o dicionário umas 3 vezes ...rs.
Obviamente que não estamos falando mais sobre a criação e sim sobre a multiplicação das sensações que ela nos causa. Algumas vezes me deparo com produções em que por trás dela parece haver uma necessidade de se afirmar tanto da obra na forma como foi executada quanto as inúmeras argumentações formuladas pelo autor. Há uma necessidade de ser complexo, como se não bastasse já nossa intrínseca complexidade. Me intriga saber a importância disso.
Naturalmente criamos, e o resultado, sentimos. Vejo a arte assim. Não adianta você fazer. Precisa de alguém pra sentir.
Agora eu já me torno espectador e não mais realizador e por isso o que diz faz muito sentido. Ele, o filme, torna-se autônomo e agora deixo-o que amem ou odeiem sem sofrimento. Importa existir e incentivar todos nós cientistas!

24 de setembro de 2007

Trailer

O trailer já se encontra disponível pelo You Tube.

http://br.youtube.com/watch?v=A38H_4fymPk

10 de setembro de 2007

Exibiçao na web

Talvez nem todos saibam mas o curta metragem tem uma vida útil de 2 anos pra participar em festivais e alguns deles, principalmente os internacionais exigem que os filmes não tenham sido publicados na internet. Como quero ter a possibilidade de concorrer nesses festivais, deixarei por enquanto restrito a exibições públicas.
Neste blog publicarei a tragetória do curta, entradas em festivais e exibições periódicas.
Já estou organizando outra exibição em Ribeirão Preto e em breve também em São Paulo.

5 de setembro de 2007

Criticas 2

M disse...
Olá. O filme me surpreendeu positivamente, gostei bastante! Sou suspeita porque adoro uma "subjetividade"... Adoro essa arte livre... Interpretações...
Pra mim, o filme foi muito claro!
Relação sede/seca/saudade corrosiva, muita água enquanto so se precisava de um copo da fonte certa. E mais tarde, talvez o mais terrivel, quando a moça sabe que pra ela a "fonte" secou de vez. Depois ela sai tendo que conviver com aquilo(queimada no ar),mas o faz de uma maneira diferente da dele.

Gostei bastante também da coloração do filme todo (mesmo nos momentos mais lúgubres)!

Gostaria de ter a oportunidade de vê-lo pela 2ª vez, e ver se tenho uma 2ª leitura, seria interessante.

Parabéns pelo trabalho!

Mariana Lodovico


Oi Mariana,
Sua leitura é muito bacana! Acho interessante o que vêm acontecendo com os comentários sobre o curta porque estão me chegando não apenas significados de isso ou aquilo, mas argumentações sobre a narrativa. Essa é minha proposta maior.
Agora uma questão que levanto até sobre o que diz da subjetividade. Há um embate sobre a forma de expressão artística. Qual seria o ponto de equilíbrio entre a subjetividade e a clareza? É disso que venho refletindo bastante porque a arte pra mim sempre siginificou subjetividade, mas ao mesmo tempo quero despertar algum sentimento no espectador, mesmo que seja superficial. Me parece que caminhar na superfície é mais digerível e a vontade de tocar a maioria das pessoas é inquestionável. Não gostaria de virar apenas produto de análises mas também de sensações e vejo na suas palavras uma leitura carregada de sentimento e até de outras pessoas que não têm contato constante com arte.
Acho tão confortável procurarmos nossas próprias conclusões sobre a vida e saber lidar com isso entendendo que as respostas não existem claramente. Venho tentando reproduzir essa sensação e cada vez mais despertar o olhar e os ouvidos...rs

Shareid.

4 de setembro de 2007

Criticas

O espaço está aberto para criticas e discussões sobre o curta.

Publico recorde


A IV Mostra Competitiva de Vídeos do Interior-SP, realizada no SESC, reuniu 655 pessoas, quase o dobro de espectadores da edição do ano passado. O público participou gratuitamente das cerimônias de abertura e encerramento, exibições de vídeos, duas palestras e um workshop.
Na abertura do evento, 263 pessoas lotaram o galpão de eventos do SESC para conferir a exibição de vídeos vencedores da edição de 2006, além da estréia do curta-metragem “Dose Única”, do ribeirãopretano Rogério Shareid. Os 19 vídeos de curta-metragem que concorreram nas categorias infantil, ficção, documentário e animação foram exibidos nos dias 23, 24 e 25. Também foram realizadas duas palestras e um workshop, ministrados, respectivamente, pelo escritor, roteirista e cineasta Fernando Bonassi, pelo diretor Toni Venturi e por Robson Sartori, da TeleImage.
Os vencedores foram conhecidos durante o encerramento da Mostra, no domingo (26/08). O evento é uma realização da São Paulo Film Commission, da Conceito Cursos e Eventos e do SESC Ribeirão Preto e contou com patrocínio da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo e do Centro Universitário Barão de Mauá.

Fonte: Revista Revide